Queria poder conseguir usar minhas próprias palavras pra descrever como eu me sinto e como eu me senti em relação a você. Mas eu não consigo, não mais. Dentro de mim todas as emoções relacionadas a você se esvaíram. É como se minha mente se protegesse de tudo aquilo. Se protegesse de você. Principalmente de você.
Um desejo: que você compreenda todo o mal que me fez. Tudo que você despedaçou dentro daquela criança que não tinha consciência do que era o amor e do que acontecia quando ele acabava. Eu não tinha só o amor ao meu lado, tinha inocência. Inocência que não tenho mais, que você levou embora com todo o resto.
Os dias foram cruéis comigo, mas as noites... eu repassava tudo o que você havia me dito. Sofria sozinha no meu quarto. Chorando baixo pra que ninguém me ouvisse e viesse me perguntar o que aconteceu comigo. Como eu poderia explicar? Como eu poderia dizer pra minha mãe que estava apaixonada por uma garota, que amava essa garota, e ela havia me deixado? Depois de todas as promessas, depois de dizer que me amava e que não deixaria ninguém me ferir.
Você tentou me proteger de todos, mas nunca me protegeu da pessoa mais perigosa; você. E minha confiança em ti era tão suprema, que não me dei ao trabalho de me proteger também. Se eu tivesse feito isso, teria poupado metade da minha dor, do meu sofrimento e das minhas cicatrizes.
Uma coisa que nunca vou entender, é como você pôde fazer o que fez sabendo pelo que eu estava passando. Não, não era seu dever carregar os meus problemas em suas costas. Não entenda isso. Mas você disse que estaria ao meu lado. Você me fazia querer ser forte. Até o dia em que eu tive aprender sozinha.
Quanto a isso eu devo te agradecer. Hoje em dia eu sei me proteger de tudo e todos. Ninguém me atinge mais. Pelo menos não da forma como já fui atingida. Lembra quando você disse que eu não era mais a pessoa que você conhecia? Quando disse que eu era fraca? Agora você ainda pode me acusar de não ser mais a pessoa que você conheceu, mas não pode me acusar de fraqueza. Hoje sou mais forte do que você pode imaginar, mais forte que você, inclusive.
Tenho meus problemas? Tenho sim. Mas diariamente aprendo a lidar com eles. Tenho amigos maravilhosos. Amigos que eu sei que não vão me deixar se eu tiver uma recaída. Amigos que vão dizer que eu sou importante, que eu valho muito e que não posso abandonar esse mundo. Amigos que dirão que eu vou fazer falta. Enfim, amigos que dirão tudo aquilo que você não teve a capacidade de dizer.
Eu sinto pena das pessoas que vão se relacionar com você. Espero que elas saibam do que você é capaz. De como você destrói tudo de bom que tem. E ao mesmo tempo fico feliz por saber que pelo menos uma amiga você tem, uma verdadeira. Mas cuide dela, não faça com que ela te abandone também.
Além do meu amor, você era minha melhor amiga. É com tristeza eu vejo que hoje em dia você não é nenhum dos dois. Te desejo tudo de bom, jamais te odiarei. Não tenho a capacidade de odiar as pessoas. E conhecendo sua personalidade, ainda sei reconhecer que você não sabe se controlar. Se soubesse, jamais teria deixado tanta gente ir embora desse jeito.
Você me chama de rancorosa. Entenda, não é rancor, é auto-defesa. Acha mesmo que eu posso passar por tudo de novo? Acha mesmo que minha confiança não foi suficientemente quebrada pra que eu tente ser sua amiga novamente? Não dá, leoa. Simplesmente não dá. Por mais que eu quisesse, nós duas não fluímos naturalmente. Não mais.
Talvez um dia eu volte a escrever sobre isso. Mas por hoje é só. Está aí algo sobre como eu perdi meu coração. A parte boa é que eu ainda tenho esperanças de encontrá-lo novamente. Tenho esperança de ouvi-lo bater por alguém.
E só pra finalizar, fica aqui uns trechos de umas músicas:
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